Essa falácia apela para a palavra ou reputação de alguma autoridade a fim de validar o argumento e sua conclusão se baseia exclusivamente na autoridade do sujeito da proposição e não nas razões apresentadas para sustentá-la. Isso é muito utilizado nas redes sociais em enquetes, nas propagandas de televisão, inclusive no senso comum propagado nas novelas etc.
Contudo, nem todo argumento baseado na autoridade de um especialista é, por consequência disso, uma falácia. A maior parte de nosso conhecimento está baseado no trabalho e nas opiniões de especialistas, senão ficaria difícil a gente ter um conhecimento sobre o mundo só a partir de experiências nossas. Se algumas regras básicas forem respeitadas, um argumento de autoridade, deixa de ser uma falácia, entre elas:
1. O especialista tem de ser um bom especialista da matéria em causa. Ou seja, não adianta eu ser um médico que apelo para essa formação para as questões éticas por exemplo, mais ligadas a uma reflexão mais profunda como filosofia etc. E o contrário também, sendo filósofo discutir assuntos estritamente ligados a outras áreas, valendo-se dessa formação.
2. Os especialistas da matéria em causa não podem discordar significativamente entre si quanto à afirmação em causa. Por exemplo, não é necessário ter diploma de filosofia para ser considerado um filósofo na atualidade, já que é próprio da natureza da filosofia a abertura para o amor à sabedoria, mas acho difícil ser considerado filósofo alguém que apenas se autointitula como tal e ganha seguidores. Além disso, dizer que o diálogo com meus pares, ou seja, os especialistas da área, não seja necessário para reconhecer a validade de meus argumentos é outra coisa. Ultimamente isso entrou muito em discussão, por causa de alguns acontecimentos políticos que eu prefiro não detalhar aqui. O que eu gostaria de indagar é o seguinte: “desmerecer os especialistas da área em questão, me torna conhecedor dessa área ou dono da verdade?”
3. Só podemos aceitar a conclusão de um argumento de autoridade se não existirem outros argumentos mais fortes ou de força igual a favor da conclusão contrária. Ou seja, minha autoridade no assunto não é a regra final.
4. Os especialistas da matéria em causa, no seu todo, não podem ter fortes interesses pessoais na afirmação de que se trata. Por exemplo, eu tenho forte interesse pessoal em ganhar um cargo numa empresa, então meus argumentos são tendenciosos a ponto de defender um determinado tipo de postura dos chefes que pensando de maneira neutra seriam consideradas inadequadas.
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