sexta-feira, 11 de março de 2016

À noite a realidade se configura tal como é:

Ilusão conformista
E Solidão libertadora
Para um solitário egocêntrico.
Todas as formas fugidias das nuvens,
Ideal efêmero,
Prazer fugaz,
Porém frugal,
Tão banal
Quanto à respiração ofegante
De um ser desfalecendo-se
Em uma vida de desenganos
Camuflados em experiência,
Loucuras,
Arrependimentos,
Sofrimentos
E no final,
Para quem se finge de forte,
Nada mais trivial que a morte.

A rotina que traz a segurança vem acompanhada de seu amigo:

Quando o nada se apodera de mim
E o vazio toma conta de meu ser
Assim,
Querer
Não é sempre poder.
Ilusão
De outra vida que poderia,
Mas não pode,
Explode em pedacinhos,
Como o vidro
Ou o espelho,
Pois cada reflexo
É um pedaço desconexo
Do que sou.
Vou,
Mas não sei...
Estou,
Mas não quero...
Desespero.
Tudo é possível, até mesmo viver sem sentido;
Tudo é possível, até mesmo morrer sem sentido.
Quero andar nas nuvens,
Mas sou limitado;
Ser mais rápido que o pensamento,
Mas sou limitado;
Assumir minha liberdade,
Mas sou limitado;
Minhas decisões são volúveis
Porque sou limitado;
A solidão é meu tormento
Porque sou limitado;
Posso amar, mas não posso fazer que alguém me ame,
Porque sou limitado.
Oh! Sentimento do umbral, por que me persegues?
E, me dizem:
“Não fale somente de si!”.
Mas como escrever sem subjetividade
Se falo do que sinto na realidade?

A quem é dado descrever o inefável?

O poeta não fala do que vive
Fala do que pensa,
Pois se vivesse o que pensasse
Sua vida seria um dilema.
Não fala de tudo o que sente,
Mas do que fala, não mente,
Pois sente o que vive,
Mas não vive tudo o que sente.
Enxerga outra realidade
Que os olhos não podem ver
Sem os óculos da simplicidade
E sem nenhuma vaidade
Demonstra ao menos saber
Que sabe do que sabe como um sábio
Que atravessa um rio sem temer,
Pois nem sempre o que há de diferente
O faz chegar ao outro lado;
O que enxerga é o mesmo lado modificado
Pela emoção daquilo que sente
Ao enxergar de diversos modos
O que há em sua frente,
Mas não mente!
Sente.
Ri vendo que na verdade
Ninguém pode ser feliz
Aspirando à eternidade.
Ao eterno e infinito
Dá o seu veredicto,
Mas não é vidente
E por mais que tente
Agir descaradamente
Não mente no que sente
É prudente.

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