Sempre ou nunca,
Agora ou depois,
Hoje ou amanhã,
Sozinho serei dois.
O “eu” que fui,
O “eu” que sou,
O “eu” que serei,
No futuro três “eus terei?”:
O que esperava que fosse,
O que lembrarei que era
E o que ainda espera.
Não sou poeta nato
Somente vivo presente
Recordando o passado
Que não sei se vai
Existir realmente.
O passado é o que insiste
O presente: não sei se existe
É o futuro que controla
Tudo que faço agora.
Tudo que esperei,
O tesouro que ajuntei,
A vida que sonhei,
É a prova de que sei
Que o caminho que escolhi
Comportava uma lei
Daquilo que não vivi,
E do que nunca viverei.
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